quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Libório Gomes da Silva (Coronel Libório)


Libório Gomes da Silva, Nasceu no dia 22 de Julho de 1923 no distrito de Amarelas, localidade de Tremedal – Camocim/Ce, Filho de Amâncio Gomes da Silva, Agricultor, criador, nascido em 15 de Maio de 1897, falecido em 05 de Setembro de 1972 e Ana Augusta Pessoal Silva, dona de casa, nascida em 06 de Janeiro de 1899, falecida em 27 de Maio de 1927.
Viveu toda a sua infância na localidade vizinha, conhecida como Lagoa das Pedras. Atualmente o sitio pertence a sua neta Mônica Gomes Aguiar.
Sua infância foi marcada pela a morte de sua mãe, acometida de febre amarela, quando ele tinha apenas dois anos e dez meses. Quando ele tinha cinco anos, seu pai se casa pela a segunda vez com sua bondosa madrasta Francisca de Souza Araújo, que fez de tudo para supri sua carência materna.
Waldemar, seu irmão mais velho, foi transmissor de coragem nas horas de tristeza. Durante a seca de 1932 (que durou oito anos) quando os dois, duas vezes por semana, saiam de casa 1hora da manhã em direção a sede de Camocim, com distancia de 20km, iam juntos de dez animais com cangalhas transportando cargas comercializadas por seu pai, como: castanha de caju, embira de tucum, couro de bode, cobra, tejuaçu e etc, e retornavam com outros tipos de mercadorias, chegando em casa quase meia-noite tendo que acordar as 5hs do próximo dia para mais um dia de batalha. Nessa época seu pai vendeu o sitio onde moravam (Lagoa das Pedras) com finalidade de abri uma bodega na sede (Camocim), assim melhorando as condições de estudo para seus filhos
já na adolescência, Libório e seu irmão Waldemar ingressaram, por iniciativa do pai, no Orfeon Santa Tereza, tocando os instrumentos musicais na igreja. Quando se fala em adolescência, existia duas coisas que marcaram sua vida, nos quais são: seu animal de estimação, um jumento, que sempre obediente, que atendia por “Timonha”, que era o nome do seu lugar de origem. Timonha, ao morrer, teve um enterro digno de um animal que o serviu fielmente. O segundo era um homem pobre que, viciado e doente, um pessoa que não tinha onde morar, conhecido por “Raposo”, no qual o mesmo dependia de caridade publica.
Aos 15 anos Libório e Waldemar decidiram ingressar na Marinha do Brasil, Waldemar aprovado ingressou, já Libório passou na seleção mas, foi eliminado no exame de vista. Em 1942, os 18 anos decide ingressar na PMC (Policia Militar do Ceara), onde passou 6 meses sendo recruta, fez o curso de Formação de Cabo, tendo que se destacar para a cidade de Sobral, prestando serviço ate o ano de 1943. Durante esse período ele conheceu uma jovem que no futuro seria sua esposa, Graziela Angelim Silva. Foram alvos de vários preconceitos do namoro pela a família e a sociedade, com isso ele decidiu pedir afastamento da Policia Militar para trabalhar na extração de borracha em Amazonas, na esperança de voltar rico e se casar com sua amanda.
Saindo de Sobral ate Teresina de caminhão, e de Teresina ate São Luis de Trem, fizeram uma breve parada em Coroatá – MA. La ele adoeceu de pneumonia dupla e conheceu a família de dona Júlia, esposa do guarda fios da estrada de ferro, que o acolheu em sua humilde casa. Ele recebeu todos os cuidados necessários do Dr. Afonso Pinto, medico do posto local, onde o mesmo disse que não teria cura e que ele teria que ser removido ate o hospital, dona Júlia não deixou, e disse: “Daqui ele só sai bom para continuar sua viagem, ou morto, porque eu vou cuidar dele”, diante do estado critico e como era final de semana o medico deixou um caixão ao lado caso ele não resistir-se. Na mesma hora passava um camocinense que tomou conhecimento do fato e comunicou os familiares de Libório que ele havia falecido. A bondosa dona Júlia desobedecendo as ordens medicas, lhe deu um relaxante de resina de batata, pois o intestino já estava paralisado. Tomado conhecimento o medico disse que ele não resistiria. Dona Júlia entrou em desespero se ajoelhou em pleno meio-dia rezando um rosário e pedindo que Deus tivesse compaixão daquele pobre homem. Por um milagre ele se recuperou aos cuidados daquele família e do medico.
Passado alguns dias ele segui sua viagem, saindo de Coroatá ate São Luis de Trem, e de la ate Belém de Navio. Dai continuou sua viagem no navio lotado de expedições de trabalhadores rumo ao Amazonas. Ao chegar em Tapanan (Belém – PA), abrigou-se em barracões de madeira (70) coberto de telhas, esperando a distribuição do pessoal para os diversos seringais. Ainda debilitado ele foi recomendado pelo medico a ficar no escritório da Superintendência do Vale do Amazonas (SAVA), onde permaneceu durante três meses. Insatisfeito com a administração da empresa, pediu transferência para a Base Aérea de Belém, e de la, foi designado para o Amapá onde trabalhou nas pedreiras, na localidade de Rasa, onde ficou por 15 dias ate que resolveu voltar para casa.
Em 1946, reingressa nas fileiras da policia militar com a graduação de cabo, e fez um curso de formação para sargento, curso este que agraciou com a graduação de sesegundo-sargento. Após houve a seleção para o curso de formação de Oficial Intendente, do qual participavam 46 sargentos, sendo aprovados apenas sete, entre eles Libório. No final do curso, recebeu a promoção de aspirante-a-oficial em 25/08/1946.


Nessa Trajetória teve as seguintes promoções e funções:
Promoções:
1- Soldado – 1941
2- Aspitante-a-oficial – 25/08/1947
3- Segundo-tenente por merecimento – 16/08/1949
4- Primeiro-tenente por merecimento – 31/05/1951
5- Capitão por merecimento – 25/08/1953
6- Major por antiguidade – 31/12/1954
7- Tenente-coronel por merecimento – 29/04/1959
8- Coronel por merecimento – 01/04/1966

Funções:
1- Delegado Especial
    1. - Aquiraz – 1946
    2. - Baturité – 1947
    3. - Coreaú – Frexeirinha – 1949
    4. - Itapajé – 1950
2- Tesoureiro da Policia Militar
3- Subchefe do Serviço de Intendência
4- Presidente da Comissão de Compra da Secretaria da Fazenda
5- Chefe da Casa Militar do Governo.

Quando Libório enquanto Chefe da Casa Militar, resolveu procurar a dona Júlia. Logo que a localizou, foi ate o Maranhão para visitá-la e seus familiares. Alguns meses depois dona Júlia conheceu toda a família de Libório.
Com mais de trinta anos de serviço publico, chegou o momento de sua saída do quadro ativo da PMC(Policia Militar do Ceara) e, através de um requerimento ao governador, pede seu afastamento do serviço militar, sendo atendido pelo Senhor Placido Castelo, que no uso das atribuições gerais, e tendo em vista no que conta no processo Nº3344/70 PMC, afasta-o para reserva.
Em 1970, Libório foi convidado para suceder a candidatura do deputado estadual Murilo Rocha Aguiar, líder em Camocim. Ele contou com o apoio e incentivo do prefeito Setembrino Veras, seu grande amigo e, nesse instante, deu inicio a sua carreira politica. Contando com o grande apoio de Murilo Aguiar, que escreveu varias cartas para amigos e lideranças politicas em Camocim, iniciou seus primeiros passos em direção da sua candidatura. Muio respeitado em virtude seu comportamento integro, recebeu apoio de outros municípios e outras lideranças que contribuíram significativamente para sua eleição. Eleito terceiro suplente em 30/12/1970, sem proventos do cargo, continuou a trabalhar em prol do povo de Camocim. Fortalecido pelo o Governador Cesar Cals de Oliveira Filho, candidatou-se a deputado e elegeu-se, cumprindo na integra o mandato de 1974 a 1978, assumindo a mesa diretora da Assembleia Legislativa, como segundo secretario.
Concluindo o ultimo mandato que lhe foi concedido, em razão da colta politica de Murilo Aguiar para candidatar-se a deputado estadual, Libório, numa demonstração de fidelidade politica, abriu mão da candidatura em prol do amigo, demonstrando, desse modo, seu caráter, sua dignidade e seu desprendimento politico.
Em 1979 Assumiu a Superintendência da Fundação de Meteorologia do Ceara – FUNCEME, Permanecendo no cargo ate 1982, quando pediu afastamento para tornar-se prefeito de Camocim, pela vontade das forças politicas, em especial, de Murilo Aguiar. Enquanto Libório mostrava ao povo suas propostas, alimentava a cada momento o sonho maior de sua vida politica: “fazer como prefeito tudo que fosse possível para transformar Camocim em uma cidade onde não existisse miséria”. Foi onde surgiram pela primeira vez as passeatas, carreatas, comitês, os quais foram instalados em quase todos os quarteirões e era colocada uma bandeira em cada local, identificando o partido “Cara Preta”, como era conhecido o parido, representado pela família do Murilo Aguiar, e o adversário pelo cognome de “Fundo Mole”, partido que representava a família de Alfredo Coelho. Ainda candidato a prefeito contava com o apoio do governador César Cals. Libório não se elegeu como prefeito de Camocim, sendo com uma diferença de 174 votos. Muito decepcionado, ele encerra sua carreira politica.

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