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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Collegio 5 de Julho


Em postagem anterior enfocamos a existência das Escolas Reunidas em Camocim. Hoje, apresentaremos o Collegio 5 de Julho, fundado pelo jornalista Francisco Theodoro, um dos fundadores do Partido Comunista em Camocim. A escola teve vida efêmera, principalmente por causa dos problemas de perseguição política que o fundador sofreu na cidade e no país. Vejamos:

Collegio 5 de Julho

Até o fim deste mez se acha aberta a matricula deste collegio.
Materias: Leitura, Arithmetica, Portuguez, Geographia, Historia do Brasil, Historia Natural, Escripta e Francez.
Lecionamento pelos methodos mais modernos.
AULAS NOCTURNAS: Dentro de seis mezes este collegio habilita rapazes em correspondência inclusive commercial, quatro operações de conta, alguns problemas mais necessarios e leitura.
Aulas diurnas das 8 ás 11.
Aulas nocturnas das 6 ás 9.

(Fonte: Jornal “O Operário”, Anno IV, 18 de janeiro de 1931, Nº. 75. Camocim-CE, p. 2).


Com este anúncio publicado em seu próprio jornal, o Professor Francisco Theodoro oferecia seus serviços à comunidade camocinense, quando o Brasil vivia o clima da Revolução de 1930, num momento em que o sistema educacional ensaiava adaptar-se ao sistema político, fundamentado nos princípios nacionalistas de caráter ufanista, assim como no culto à imagem de Vargas e na censura posterior do Departamento de Imprensa e Propaganda - DIP.
Desde o final da década de 1920 que o Professor Theodoro procurava desenvolver suas atividades políticas com a profissão de professor. Sendo também jornalista, buscava através do jornal “O Operário”, incentivar uma participação política da classe trabalhadora de Camocim nos domínios da política, estimulando até, uma representação trabalhista na Câmara Municipal e denunciando conchavos e escândalos da política local.
Podemos perceber aí, a impossibilidade da prática política de Francisco Theodoro com sua atividade profissional que lhe permitia sustentar sua família. Sabidamente comunista, pois desde março de 1928, fundara, juntamente com outros camaradas o Comitê Municipal do PCB, (dentre outros, Pedro Teixeira de Oliveira (Pedro Rufino), João Farias Sobrinho( Caboclinho Farias) , Raimundo Ferreira de Sousa (Raimundo Vermelho), Sotero Lopes, Joaquim Manso, Petrônio Pessoa dos Santos), Francisco Theodoro iria experimentar toda sorte de perseguições por sua opção política. No ano de 1931 ele denunciaria o boicote que a sociedade local faria contra seu jornal e sua escola. Eram dois espaços entendidos como um só, isto é, a sociedade não entendia a diferença entre a ação do político junto ao operariado e o professor que pretendia “habilitar rapazes em correspondência inclusive commercial, quatro operações de conta, alguns problemas mais necessarios e leitura”.

Foto: Capa do livro editado pelo Arquivo Público do Rio de Janeiro, cujo conteúdo é o diário do Professor Francisco Theodoro escrito na prisão em 1932, onde narra o cotidiano da prisão e as perseguições sofridas em Camocim. Disponível em: www.faperj.br / Camocim Pote de Historias



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Patronato São José (Instituto)

Desde 1940 Monsenhor Inácio Nogueira Magalhães, padre de Camocim, onde o mesmo sonhava em fundar, um patronato para as crianças carentes.
No dia 31 de Outubro de 1949, no salão paroquial, com a comissão para o patronato e varias pessoas da cidade, a família Severiano Morel, sobre a orientação do Sr. Vicente Morel, fez aos filhos de São Vicente de Paula (Irmãs de Caridade) a doação da casa com um vasto terreno no valor de CR$30,000, que recebeu de herança de seu progenitor José Severiano Morel, para a instalação do patronato.
No dia 19 de Março de 1950, foi inaugurado oficialmente o Patronato São José, diante do povo de das autoridades da cidade. Após dois anos o Monsenhor Inácio viu seu sonho frustado, por falta de religiosas. As filhas de São Vicente de Paula, desistiram da promessa feita de virem a assumir a direção do Patronato. Tendo em vista essa desistência, o Monsenhor Inácio viajou para o Rio de Janeiro, em novembro de 1952, com a finalidade de conseguir religiosas para vir assumir a direção do Patronato. Já no ano de 1953, dessa vez foi para a congregação na pessoa de nossa querida Madre Josefa Maria de Aquiraz, supervisora geral na época. Ela veio a Camocim passando quatro dias, tendo em vista as boas condições do local, ela prometeu que enviaria irmãs em janeiro do ano seguinte.
No dia 23 de Janeiro de 1954, chegaram na cidade, no avião da companhia “REAL” as 18h45, acompanhada de Nossa Superiora Geral, Madre Josefa Maria de Aquiraz, as irmãs Ermelinda Maria de Cururupu – MA; Mariana Maria de Belém – PA; Stella Maria de Itapipoca – CE; Antônia Maria de Camocim – CE; elas vinham assumir a direção.
Somente no dia 14 de fevereiro as irmãs se instalaram no prédio, tendo sido hospedes durante 22 dias da família Brito. O sobradinho em que elas residiram foi construída no seculo XIX, se localizava ao lado do patronato, que foi doado por uma família de Granja – CE, o senhor Manoel Evangelista Soeiro e sua mulher Maria José Soeiro.
Com a chagada das irmãs o patronato foi crescendo em números de alunos. Aos poucos vai necessitando ser ampliado, para a instalação do ginásio chamado Imaculada Conceição, sendo anexado ao patronato São José com 25 alunos. Em 08 de Dezembro de 1958, deu-se a festa de entrega de certificado da primeira turma de Humanistas no Ginásio, que iniciou em 18 de Agosto de 1954.
Embora tendo começados os serviços educacionais na casa doada, já era hora de realizar construções que melhorassem a condição do local, mas faltava dinheiro, então surgi as doações vindas de pessoas amigas, tais como: Murilo Aguiar Rocha, Sr, José Torquato, todos os empresários da capital cearense, eles mandavam todo o material e uma quantia mensal de CR$50, para a mão de obra.
Hoje o patronato se chama, Instituto São José, seu perfil hoje é de uma escola católica, comprometida com a evangelização e libertação, reflete-se no empenho de desenvolver uma politica educacional, conforme o compromisso cristão, em face aos apelos da realidade e prioridade da igreja, testemunhando os valores evangelicos-franciscanos de alegria, acolhimento, serviço, fraternidade e justiça, contando diretamente com o serviço de orientação religiosa – SOR, fazendo circular, em toda a vida e atividade do colégio, os princípios do cristianismo, contribuindo assim para a formação de cristãos comprometidos com o Reino de Deus. Tudo isto conforme a filosofia das irmãs educadoras consagradas ao reino de libertação, amor, justiça e paz, impresso no nosso PROJETO EDUCATIVO-MARCO REFERENCIAL.