"No
verão, muitas vezes, o leito da estrada é soterrado pelas areias das dunas que
dificultam o tráfego de veículos e dos próprios moradores. Para muitos deles,
este é um sério problema que também impede o desenvolvimento do turismo no
Maceió. Mas, a questão é polêmica. Há nativos e visitantes que discordam do
asfaltamento da estrada e defendem a sua permanência em leito natural, com a
devida manutenção na alta estação turística.
A Vila da
Caucaia é a porta de entrada do Maceió. É nela onde se inicia o calçamento e um
conjunto de casas enfileiradas que mudam a paisagem natural predominante. A
vila de casas (antes padronizada) foi doada pela Prefeitura aos pescadores, em
1985, quando a barragem do lago Boqueirão (construída em 1982 nas proximidades
do Maceió) não suportou o represamento de um forte período de chuvas,
transbordando suas águas para as adjacências. Muitos pescadores tiveram as
moradias destruídas, levando a Prefeitura a recorrer à Caixa Econômica Federal
para financiar um Conjunto Habitacional (COHAB) com 40 casas onde hoje se situa
a Vila da Caucaia.
No entanto, a
falta de fiscalização da Prefeitura sobre estas doações facilitou que alguns
nativos desvirtuassem a finalidade do benefício e vendessem as casas a
visitantes que as transformavam em segundas residências. Com o dinheiro da
venda, os pescadores adquiriram um novo imóvel na sede ou construíram casas
mais amplas no Maceió, em terrenos mais distantes das áreas alagáveis".
Fonte: ASSIS, Lenilton
Francisco de. ENTRE O TURISMO E O IMOBILIÁRIO: velhos e novos usos das segundas
residências sob o enfoque da multi-territorialidade - Camocim/CE. P. 196. Camocim Pote de Histórias.
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